A empresa de desenvolvimento de softwares Match Group, dona do Tinder e de outros apps como Hinge e The League, vai responder um processo que está sendo movido por seis usuários nos Estados Unidos, em três estados diferentes: Califórnia, Flórida e Nova York. O motivo: o Tinder seria viciante de propósito.

Tinder é processado por ser “viciante” visando somente o lucro

De acordo com as informações que foram divulgadas pela imprensa dos Estados Unidos, a data de abertura do processo foi escolhida pelo peso simbólico: 14 de fevereiro, quando é comemorado o Dia dos Namorados no país.

A ação aponta que a empresa viola leis de proteção ao consumidor e de publicidade falsa. Os autores sustentam que a “conveniência” das plataformas “tem um preço”. Para eles, a empresa utiliza “tecnologias poderosas e algoritmos ocultos” para tornar o uso dos aplicativos compulsivo.

Todo esse esforço teria como objetivo prender os usuários a “um ciclo perpétuo de pagamento para usar os serviços que prioriza os lucros corporativos em detrimento de suas promessas de marketing e objetivos de relacionamento com os clientes”.

Diante disso, os autores observam que os “apps são projetados para serem viciantes” pois o modelo de negócios da empresa dependeria da monopolização da atenção dos usuários para oferecer assinaturas.

Tinder é processado por ser “viciante” visando somente o lucro

O processo também cita que a empresa utilizaria recursos de manipulação de dopamina para gamificar suas plataformas, com os usuários sendo transformados em “jogadores presos em uma busca por recompensas psicológicas”.

“A Match Group continua a distribuir as plataformas sem revelar o uso prejudicial e viciante e os riscos à saúde para os quais a empresa de fato projetou as plataformas, e dos quais depende seu modelo de negócios”, concluíram os autores ao resumir “o motivo e o esquema ilegal” da companhia.

Mesmo sendo movido por um número que pode ser considerado como pequeno diante dos milhões de usuários de todos os serviços da Match Group, o processo acabou provocando uma resposta.

Em nota, a empresa afirmou o seguinte: "Nosso modelo de negócios não é baseado em métricas de publicidade ou engajamento”, disse o porta-voz da empresa. “Nós nos esforçamos ativamente para levar as pessoas a encontros todos os dias e fora de nossos aplicativos. Qualquer pessoa que afirme qualquer outra coisa não entende o propósito e a missão de toda a nossa indústria.”