XiaomiNo dia 28 de agosto, um acontecimento estremeceu o mercado de gigantes de tecnologia. A companhia Google viu um de seus principais executivos da parte de Android – um dos dois principais sistemas de telefonia móvel da atualidade – ir para uma concorrente chinesa: a Xiaomi, uma empresa pouco conhecida, em nível mundial, embora seja bastante popular na China e em seus vizinhos do Oriente – Hong Kong e Taiwan, exclusivamente.

A Xiaomi, conhecida como “Apple do Oriente”, de forma popular, tem faturamento de grande corporação: são cerca de US$ 2 bilhões, e agora a empresa pretende expandir sua área de atuação para o ocidente. Para isso, contratou Hugo Barra, da concorrente Google.

O sucesso e poder de fogo de mercado que a empresa apresenta, certamente, se devem à sua estratégia única: comercialização de itens de alta tecnologia, mas por baixíssima margem de lucro, algo diferente do praticado em qualquer parte do mundo. Um bom exemplo desse diferencial é: o modelo Phone 2S. A atual menina dos olhos da Xiaomi apresenta uma configuração que rivaliza, de perto, com produtos como os conhecidos Galaxy S4 ou o HTC One. Entretanto, o preço do produto chinês é o equivalente a US$ 370, cerca de metade do valor sugerido para o modelo Galaxy S4.

Qual o diferencial da Xiaomi?

A pergunta que se faz é: como a empresa consegue crescer e faturar tanto com esse “estilo de vendas”? A Xiaomi obtém tamanho êxito, graças ao fato de se preocupar, não com o produto unitário – hardware – , mas sim com a oferta de serviços e aplicativos para seus clientes, como uma espécie de versão personalizada do Android: o MIUI.

Xiaomi

Esse sistema operacional, parecidíssimo com o iOS, promove uma substituição de muitos dos elementos do Android, por outros, que se assemelham ao sistema Apple.Há ainda um ótimo armazenamento na nuvem, backup e elementos de segurança.

A contratação do executivo da gigante norte-americana funcionará como uma trampolim para extrapolar as fronteiras do Ocidente, se valendo de toda a expertise de Barra. Evidentemente, será um grande desafio, haja vista a desconfiança que os produtos chineses enfrentam no resto do mundo. Pensando rapidamente, a última companhia a atingir alguma visibilidade, fora da China, foi a Huawei e, mesmo assim, não é vista, até o momento, como uma empresa de primeira qualidade.

Caso a Xiaomi deseje mudar esse cenário, deverá se esforçar imensamente. É esperar para ver até onde a sabedoria e paciência dos chineses os levará, no mercado mundial.