Com muitas pessoas ainda trabalhando convivendo com medidas de restrição impostas pela pandemia de Covid-19 a partir do ano passado, o celular acabou se transformando na ferramenta mais importante do dia a dia profissional, especialmente das pessoas que estão classificadas como as mais pobres.

Celular se torna principal ferramenta de trabalho dos mais pobres durante pandem

De acordo com uma pesquisa feita por uma empresa que atua no segmento de comparação de preços de planos de internet, as pessoas que estão inseridas dentro das classes C,D e E acabam utilizando quatro vezes mais celulares para trabalhar em casa do que as classes A e B. A pesquisa foi feita a partir da coleta de dados de uma outra pesquisa chamada TIC Domicílios, produzida pelo Centro Regional para o Desenvolvimento de Estudos sobre a Sociedade da Informação (Cetic).

Os dados revelam que os brasileiros que estão inseridos no que é considerado como classe C utilizam 51% a mais de celulares do que outros dispositivos para trabalhar. E pessoas entre as classes D e E utilizam cerca de 84% de celulares, do que outros dispositivos, como notebook e computador de mesa, para fazer o seu trabalho remoto durante a pandemia.

Celular se torna principal ferramenta de trabalho dos mais pobres durante pandemia

Já as pessoas mais ricas, que estão enquadradas nas classes A e B acabam utilizando apenas 22% dos aparelhos de celular para trabalhar no ambiente remoto, preferindo computadores e notebooks para este tipo de prática.

 A explicação para isso é que a pandemia acabou pegando muitos brasileiros de surpresa na questão do Home Office. A grande maioria das pessoas deixaram de investir em computadores para comprar os smartphones, que se tornaram tão poderosos quanto e ainda podem ser levados para qualquer local.

O problema é que o celular acaba não se tornando o equipamento mais adequado para longas horas de trabalho. Mesmo assim, as pessoas mais pobres acabaram não conseguindo se planejar para adquirir um computador e acabaram tendo que improvisar com os smartphones. O mesmo aconteceu também nas questões de ensino a distância.