Uma empresa 'start-up' de origem holandesa veio a público, no dia 18 de setembro, em Londres, na Inglaterra, para fazer uma importante apresentação: tratou-se do lançamento de seu smartphone ecológico, chamado de “fairphone” – ou “fone justo”, em tradução literal -, que carrega em sua produção valores como justiça e ética, além da sustentabilidade, que são itens tão necessários e buscados pelas grandes corporações, na atualidade.

Essa empresa deseja implementar como missão de seus produtos, ter design de qualidade, comparável às grandes corporações que atuam no setor de tecnologia, mas, por outro lado, valorizando questões relativas ao meio ambiente, ao comércio equilibrado, transparência em todas as etapas de produção e no cuidado com a origem e com os trabalhadores envolvidos na produção de qualquer peça que venham a comercializar.

Detalhes do Smartphone Ecológico

Fairphone smartphone ecológico

Esse projeto foi criado por um designer holandês – Bas van Abel- no ano de 2010. Para propiciar a concretização dessa ideia, houve uma parte que foi financiada pelos futuros proprietários dos aparelhos, em um esquema cooperativo. Abel precisou convencê-los de que seria uma boa opção investir 325 euros – cerca de R$ 988 - sem receber- ou sequer ver -, de imediato, o produto.

Esse “fairphone”, portanto, deverá receber como sistema operacional o Android e, embora já tenha sido divulgado, está em fase final de testes, pois os responsáveis pelo projeto desejam entregar aos consumidores um produto de altíssima qualidade, para servir de incentivo a outras empresas fazer opções melhores, em termos de todos os métodos de produção.

Apesar de ser um sonho que creem ser possível, os holandeses reconhecem que não se pode fazer um aparelho de tecnologia totalmente justo e sustentável; entretanto, é sim, factível o fato de se despertar as consciências de grandes corporações, para não mais extrair matérias-primas de territórios em guerra, ou então fazer uso da força de trabalho de colaboradores que enfrentem condições de trabalho abaixo da crítica, ou em situação de semiescravidão.

Como dado negativo, há o fato de nem o “fairphone” ter sido capaz de evitar o uso do componente coltan – elemento fundamental na fabricação de celulares e outros – que é um minério composto, que só pode ser retirado da área do Kivu, bem no epicentro dos conflitos na zona de guerra da República Democrática do Congo, na África. Mesmo assim, os empresários holandeses se preocupam em fazer a extração do coltan apenas em locais que tenham certificação de não ter lucros revertidos para grupos bélicos.

Outro dado muito importante para fazer dessa empresa realmente um vetor de mudanças do sistema produtivo atual é a de contratar fabricação chinesa, mas apenas em locais nos quais os colaboradores tenham jornadas de trabalho saudáveis e que ganhem salários superiores ao mínimo do país.

Além disso, o telefone é reciclável, pode ser reparado facilmente, caso apresente algum defeito, apresentará uma bateria que poderá substituir a anterior e é dual chip, já para encorajar o usuário a carregar apenas um celular, que sirva para mais de uma operadora.

O aparelho deve ser posto à venda a partir de dezembro desse ano, a partir da entrega dos celulares comprados, via internet, pelos “investidores de primeira hora”, que totalizaram mais de 15 mil unidades.